21/10 - Gazin
Leia e descubra os mitos e as verdades desse tema
Muito se fala que a redução das taxas de juros nos financiamentos influencia
diretamente na atratividade do consórcio. Será que isso é mito ou verdade?
Confira o que os estudos da assessoria econômica da ABAC – Associação
Brasileira das Administradoras de Consórcio - sobre o assunto mostraram.
O estudo comparou as taxas anuais da
Selic, de 2006 a 2019, com o percentual de crescimento anual das vendas de
consórcios. A intenção foi verificar se as reduções das taxas de juros levaram
o consumidor a migrar para o financiamento, deixando o consórcio em segundo
plano, ou não.
Por que há aumento de juros?
Antes de entrar no assunto, é
necessário entender os motivos que levam as autoridades monetárias a elevar ou
reduzir a taxa básica de juros na economia.
Algumas finalidades são as mais
comumente divulgadas, como estabilização de preços, promoção do crescimento
econômico, geração de empregos, distribuição de renda, dentre outros. O estudo
destaca, ainda, três políticas que influenciam diretamente a economia:
- A fiscal (para equilibrar gastos
públicos);
- A cambial (para controlar
oscilações bruscas no câmbio);
- A monetária (para controle da
moeda).
Mais especificamente sobre a política
monetária, a redução de juros acontece para estimular o consumo, visto que o
crédito fica barato. Já quando há aumento de juros, com a retração do consumo,
ocorre o controle da inflação. Os efeitos das alterações nas taxas de juros vão
além, intervindo também no câmbio e na dívida pública, por exemplo.
E a relação da taxa de juros com o consórcio? Como se dá?
Há períodos, em que a taxas de juros
caem e as vendas de cotas aumentam. No período de 2006 a 2009 a curva dos juros
caiu, enquanto a curva de vendas subiu.
Já em 2011, os juros subiram, mas as
vendas acompanharam, e não caíram, fenômeno que se repetiu em 2015. E observou-se
que no período de 2017 a 2019 novamente a curva dos juros caiu, e a curva de
vendas subiu.
De fato, em algumas análises, houve
redução dos juros acompanhada de redução nas vendas. Porém, de forma geral,
esse movimento é completamente assimétrico, como o estudo constatou. Ou seja,
entende-se que não há um movimento migratório para os financiamentos com a
queda nos juros.
Há que se considerar também outros
fatores, como a recessão de 2014 a 2016, que acabou por influenciar todos os
segmentos da economia.
Os estudos concluem que a grande maioria dos investidores em consórcios
leva em conta, na hora da adesão, as características do produto. O consórcio na
verdade está em linha com o planejamento e a educação financeira, disciplinando
o consumo, com parcelas acessíveis e custos finais reduzidos.
Para Paulo Roberto Rossi, Presidente
Executivo da ABAC, “essa desmistificação reafirma a existência de dois perfis
de consumidores ou investidores. Há aquele que precisa do bem de imediato e
opta pelo financiamento, arcando com pagamento de juros. E há quem planeja o
futuro, assumindo compromissos mensais e aderindo ao consórcio como forma de
adquirir bens ou contratar serviços, com prazos mais longos, e custos e taxas
inferiores”.
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